Insegurança atinge quase metade dos alunos da rede pública

Segundo pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Educação, 48% dos estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental da rede pública afirmam não se sentir seguros no ambiente escolar.

Por Itana Oliveira

A escola, que deveria ser um espaço de acolhimento e segurança, tem revelado contradições preocupantes. Segundo pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Educação, 48% dos estudantes do 8º e 9º anos do ensino fundamental da rede pública afirmam não se sentir seguros no ambiente escolar.

 

O levantamento ouviu mais de 2,3 milhões de alunos e mostra que a percepção positiva da escola diminui conforme os alunos avançam nas séries. Entre os estudantes do 6º e 7º anos, 36% não consideram a escola um ambiente seguro. Já entre os mais velhos, o úmero sobe para 48%. A confiança nos adultos também cai: 75% dos alunos mais jovens dizem confiar em pelo menos um adulto na escola, contra 66% entre os mais velhos. O sentimento de acolhimento segue a mesma tendência, caindo de 58% para 45%.

 

A relação com os profissionais da escola também se fragiliza. Enquanto 71% dos alunos do 6º e 7º anos acreditam que os profissionais respeitam e valorizam os estudantes, apenas 39% dizem que os próprios alunos valorizam os professores. No 8º e 9º anos, os índices caem para 56% e 26%, respectivamente.

 

O relatório aponta que o distanciamento entre alunos e docentes representa um desafio urgente para a estrutura educacional brasileira. Faz parte das funções do Estado criar ambientes mais afetivos, promover escuta ativa e fortalecer a cultura de respeito mútuos para reconstruir a confiança tanto dos estudantes quanto dos professores.