A fumaça que envenena
A entidade da ONU reforçou que a crise climática e a qualidade do ar estão diretamente conectadas e devem ser enfrentadas de forma integrada. Ignorar essa relação é compactuar com um modelo que sacrifica vidas em nome do lucro.
Por Julia Portela
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) tem alertado, em nível global, sobre os impactos devastadores dos incêndios florestais, que liberam uma mistura tóxica de poluentes com potencial de deteriorar a qualidade do ar a milhares de quilômetros de distância. Em 2024, a Amazônia apresentou uma anomalia alarmante, resultado direto do avanço da destruição ambiental impulsionada por interesses econômicos privados.
A entidade da ONU reforçou que a crise climática e a qualidade do ar estão diretamente conectadas e devem ser enfrentadas de forma integrada. Ignorar essa relação é compactuar com um modelo que sacrifica vidas em nome do lucro. O desmatamento em larga escala não é um fenômeno isolado; é consequência de políticas permissivas e de um projeto de exploração que ignora os limites ambientais e sociais.
O avanço das queimadas é uma consequência diretamente ligada ao desmonte de políticas ambientais, à flexibilização da fiscalização e à entrega de territórios a grandes grupos do agronegócio e da mineração. É um projeto de morte, sustentado por um modelo ultraliberal que trata a natureza como mercadoria e ignora os direitos dos povos originários e das comunidades tradicionais.
Defender a Amazônia e dizer não a devastação é defender o direito ao ar limpo, à saúde e à vida digna. A destruição promovida por interesses econômicos não pode seguir sendo normalizada ou naturalizada. O planeta cobra e a conta sempre chega.