Cidades inteiras abandonadas
O banco ignorou os apelos da população, que agora enfrenta filas quilométricas em uma casa lotérica para realizar operações bancárias simples. Um prejuízo não só para os moradores, mas também para a economia local.
Por Rose Lima
O município de Palmeiras, a 445 km de Salvador, tem cerca de 11 mil moradores. Conhecida pelo ecoturismo, a região, localizada no Coração da Chapada Diamantina, tem um dos destinos mais procurados por turistas de todo o mundo, o Vale do Capão. Mas, se você pretende visitar o local, é bom ir preparado, com dinheiro no bolso. Isso porque a única agência bancária da cidade, do Bradesco, foi fechada há poucos meses.
O banco ignorou os apelos da população, que agora enfrenta filas quilométricas em uma casa lotérica para realizar operações bancárias simples. Um prejuízo não só para os moradores, mas também para a economia local. Palmeiras não é um caso isolado. É uma das muitas cidades baianas que ficaram sem atendimento bancário.
Somente neste ano, o Bradesco já desativou agências em Camaçari e Rio do Pires. O município de Pedro Alexandre corre o risco de ficar sem atendimento em breve. Já em Chorrochó, no Vale do São Francisco, o fechamento da unidade só não aconteceu porque a Justiça barrou a medida.
O movimento atinge até mesmo a capital. Em Salvador, as agências do Cabula e do Itaigara já foram fechadas. A próxima da lista é a do Centro. No total, os fechamentos de unidades físicas somam cerca de 6 mil em todo o país.
Mas, os cortes não param por aí. A política vem acompanhada de demissões. No último ano, foram quase 3 mil desligamentos no Brasil, cerca de 300 apenas na Bahia. A única coisa que não cai é o lucro. O Bradesco fechou o primeiro semestre com R$ 11,9 bilhões, alta de 33,7% em relação ao mesmo período de 2024.