Itaú investigado por demissão em massa

O banco agora tem 10 dias para apresentar documentos que comprovem a legalidade das demissões, incluindo a lista dos dispensados em São Paulo, onde a concentração foi maior.

Por Julia Portela

O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu investigação para apurar as demissões em massa promovidas pelo banco Itaú. O banco desligou cerca de mil funcionários na última semana, todos em regime de teletrabalho ou modelo híbrido. A medida do órgão foi motivada por uma representação da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), protocolada no dia 11 de setembro, diante da gravidade da situação.

 

 

O banco agora tem 10 dias para apresentar documentos que comprovem a legalidade das demissões, incluindo a lista dos dispensados em São Paulo, onde a concentração foi maior. A suspeita é de que o Itaú tenha utilizado o monitoramento remoto como justificativa para as dispensas, medida que pode configurar prática abusiva e discriminatória.

 

 

A alegação da empresa é de que os cortes ocorreram após “análise interna” de quatro meses, que teria identificado níveis “baixos de atividade digital” entre os demitidos. O discurso, no entanto, se contradiz ao que dizem os funcionários. Muitos falam de trabalho durante o fim de semana e até a madrugada.

 

 

A prática do Itaú é uma afronta às leis que garantem estabilidade e diálogo prévio em casos de demissão coletiva. A dispensa em massa sem negociação fere a Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e os princípios constitucionais básicos de proteção ao trabalho.