CNH cara é exclusão
A medida pode reduzir em até 80% o custo para conquistar a habilitação, que hoje chega a R$ 3,2 mil, e abrir caminho para que milhões de brasileiros finalmente consigam regularizar a situação.
Por Julia Portela
O governo federal propõe mudanças significativas no processo de obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), com o objetivo de democratizar o acesso ao documento. A principal alteração é o fim da obrigatoriedade das aulas em autoescolas para a realização dos exames teórico e prático nos Detrans.
A medida pode reduzir em até 80% o custo para conquistar a habilitação, que hoje chega a R$ 3,2 mil, e abrir caminho para que milhões de brasileiros finalmente consigam regularizar a situação. A estimativa é de que cerca de 20 milhões de pessoas dirijam sem carteira, realidade que reflete o peso da desigualdade e o alto custo de um processo que, até agora, privilegiava quem pode pagar.
Ao contrário do alarmismo propagado pela extrema direita, a proposta não elimina as provas de capacitação, que continuarão obrigatórias e essenciais para garantir a segurança no trânsito. O que muda é a liberdade de o cidadão escolher como se preparar, seja por meio de autoescolas, aulas particulares ou estudos independentes.
A iniciativa é um avanço no direito à mobilidade e no combate à exclusão social. Tornar o acesso à CNH mais justo é permitir que trabalhadores, principalmente os que dependem de veículos para sobreviver, tenham autonomia e dignidade.