Jogo virou: taxar quem lucra com o vício

A medida é uma resposta direta à sabotagem da oposição ao governo Lula, que preferiu proteger os lucros de bancos.

Por Julia Portela

Depois da atuação vergonhosa do Centrão e da extrema direita, liderada pela bancada bolsonarista, que derrubou a Medida Provisória do IOF no Congresso Nacional, um novo Projeto de Lei (PL 5076/2025), apresentado pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), propõe elevar de 12% para 24% a tributação das plataformas de apostas esportivas. 

 


A medida é uma resposta direta à sabotagem da oposição ao governo Lula, que preferiu proteger os lucros de bancos, grandes investidores e empresas de apostas, em vez de ampliar o financiamento de políticas públicas.

 


Com a queda da MP, o país vai deixar de arrecadar cerca de R$ 35 bilhões até 2027. A proposta do Ministério da Fazenda visava justamente garantir mais recursos para áreas essenciais como a saúde pública. O novo projeto retoma essa prioridade ao destinar parte da arrecadação ao fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde), um dos maiores alvos do desmonte promovido pelas gestões ultraliberais de Temer e Bolsonaro.

 


O avanço desenfreado das bets e a explosão de casos de ludopatia, que cresceram cerca de 300% entre 2022 e 2024, escancaram a necessidade de uma resposta política firme. Enquanto o capital aposta no vício e na desinformação para seguir lucrando, cresce o número de trabalhadores adoecidos e famílias destruídas por dívidas, ansiedade e depressão.

 


Além de financiar o SUS, o PL também prevê que parte dos recursos arrecadados seja aplicada em ações de prevenção e tratamento da dependência em jogos, enfrentando um problema de saúde pública. Para o mercado, o sofrimento é lucro; para o povo, é abandono.