ONU completa 80 anos. EUA segue como protagonista
Fundada logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a proposta de garantir a civilidade entre povos e países, promover a paz e impedir novos conflitos de grandes proporções, a organização simbolizava, naquele momento, uma esperança de reconstrução e cooperação entre as nações.
Por Itana Oliveira
A ONU (Organização das Nações Unidas) completa, nesta sexta-feira (24/10), 80 anos de criação. Fundada logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a proposta de garantir a civilidade entre povos e países, promover a paz e impedir novos conflitos de grandes proporções, a organização simbolizava, naquele momento, uma esperança de reconstrução e cooperação entre as nações.
Com o passar das décadas, no entanto, a organização passou a refletir os desequilíbrios do poder mundial. O protagonismo dos Estados Unidos em diversas instâncias fez com que a entidade se tornasse, muitas vezes, instrumento de legitimação dos interesses das grandes potências. Essa centralidade norte-americana limitou o papel da organização como espaço verdadeiramente democrático de decisões internacionais, tema que ganha ainda mais relevância às vésperas do Dia da Democracia, lembrado neste sábado (25/10), quando se discute a necessidade de ampliar a participação e a representatividade também nas instituições globais.
Hoje, o cenário internacional mostra o surgimento de novas lideranças e blocos políticos que desafiam a hegemonia ocidental. O fortalecimento do grupo do BRICS, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e mais seis outros países, é visto como uma alternativa de governança internacional mais plural, centrada na multipolaridade e autodeterminação dos povos, capaz de representar as nações historicamente prejudicadas pelo imperialismo econômico e político.
O Brasil, por sua vez, segue com papel de destaque na ONU, sendo o país responsável por abrir tradicionalmente as sessões da Assembleia Geral desde 1947. Ainda que esta tradição simbolize reconhecimento histórico, o momento mundial e o próprio Dia da Democracia reforçam a urgência de revisar as estruturas de poder global em busca de uma governança internacional que sirva, de fato, aos interesses coletivos da humanidade e não apenas aos das grandes potências imperialistas.
