Itaú: menos uma agência, a periferia abandonada

O fechamento silencioso e repentino reforça a política de exclusão financeira que avança no país, restringindo o acesso a serviços essenciais enquanto o Itaú e outros bancos ampliam os lucros.

Por Julia Portela

O fechamento da agência do Itaú, em Paripe, mostra bem a discriminação das organizações financeiras com os moradores das periferias das grandes cidades e do interior. A unidade só funciona até hoje e a população local não foi informada.

 

 

Inaugurada em 2007, a única agência do bairro atende cerca de 22 mil clientes e mais de 2 mil beneficiários que passaram a ser direcionados para a Calçada, a quilômetros de distância, sem um comunicado claro.

 

Diante da situação, o Sindicato realizou manifestação no local, nesta quarta-feira, e expôs o descaso. O fechamento silencioso e repentino reforça a política de exclusão financeira que avança no país, restringindo o acesso a serviços essenciais enquanto o Itaú e outros bancos ampliam os lucros. Apenas no terceiro trimestre, o resultado foi de R$ 11 bilhões. A propaganda “feito para você” mostra seu limite: serve aos acionistas, não ao povo.

 

A coorderadora da COE Itaú, Luciana Doria, afirmou que a demanda da agência sempre foi enorme e reiterou que o atendimento digital deve ser alternativa, não imposição. Ao fechar unidades físicas e empurrar clientes para canais digitais, o banco prioriza cortes de custos e manutenção de lucros estratosféricos, reproduzindo a lógica ultraliberal que ignora direitos e necessidades sociais.