Plano de saúde da COP30 reforça urgência climática

A proposta brasileira, reconhecida como o primeiro plano internacional de adaptação climática focado exclusivamente na saúde, já reúne a adesão de 80 países e organizações.

Por Julia Portela

O lançamento do Plano de Ação em Saúde de Belém, durante a COP30 nesta sexta-feira (14), evidenciou a necessidade de enfrentar com responsabilidade social os impactos das mudanças climáticas. A iniciativa do Ministério da Saúde consolida diretrizes para que sistemas públicos de saúde estejam preparados para um cenário cada vez mais hostil, em que desigualdades sociais ampliam os efeitos da crise ambiental sobre as populações mais vulneráveis.

 


Ao apresentar o plano, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o mundo já vivencia emergências severas, como ondas de calor extremo, enchentes e longos períodos de seca. A lembrança das mais de 540 mil mortes registradas no último ano, consequência direta do avanço da crise climática, escancara a dimensão humana da omissão histórica de governos submetidos à lógica ultraliberal, que negligencia a proteção social.

 


A proposta brasileira, reconhecida como o primeiro plano internacional de adaptação climática focado exclusivamente na saúde, já reúne a adesão de 80 países e organizações. O documento reforça que a defesa da vida exige investimento público, fortalecimento dos sistemas de saúde e cooperação entre nações, rompendo com modelos que priorizam lucros em detrimento da dignidade humana.

 


O debate instalado na COP30 reúne lideranças sociais e políticas comprometidas com a reconstrução de uma agenda global que enfrente a emergência climática com justiça social. A discussão reafirma que não haverá futuro possível sem condições dignas de trabalho, proteção ambiental e políticas públicas capazes de garantir que populações inteiras não sejam sacrificadas pelos efeitos de um modelo econômico excludente. 

 


A urgência climática impõe escolhas claras: ou se fortalece o compromisso coletivo com a vida, ou se aprofunda um caminho de desigualdade e destruição. O Plano de Ação em Saúde de Belém surge como instrumento essencial para enfrentar esse desafio e consolidar a defesa dos trabalhadores e das comunidades mais atingidas pela crise ambiental.