Mais atenção à saúde mental dos bancários

Da parcela em tratamento, 91,5% utilizam medicações prescritas pelo psiquiatra. O percentual cai para 64,4% entre aqueles em acompanhamento de outras doenças. Os dados da pesquisa Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário deveriam impulsionar os bancos a investirem no bem-estar da categoria. 

Por Renata Andrade

Trabalhar em banco é sinônimo de estresse, desânimo, sobrecarga, cansaço físico e mental. A rotina de cobrança e assédio moral adoecem cada vez mais os bancários. No ano passado, 80% dos trabalhadores do ramo financeiro declararam ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho e quase metade está em acompanhamento psiquiátrico.

 


Da parcela em tratamento, 91,5% utilizam medicações prescritas pelo psiquiatra. O percentual cai para 64,4% entre aqueles em acompanhamento de outras doenças. Os dados da pesquisa Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário deveriam impulsionar os bancos a investirem no bem-estar da categoria. 

 


Ao invés de cobrar metas inalcançáveis, as empresas, que lucraram quase R$ 152 bilhões em 2023, precisam adotar políticas e ações para um ambiente de trabalho saudável, urgentemente. O levantamento mostrou que o atual modelo não apenas dita as condições laborais, mas é fonte de psicopatologias, que resultam em sintomas de adoecimento e agravos à saúde mental. 

 


Ainda apontou a presença intensa de discursos e práticas de controle, caracterizadas pelo foco nas metas, o controle exacerbado, a despersonalização dos empregados, competitividade. Além da presença de hierarquia rígida e o uso de ameaças como ferramentas de gestão.