Machismo adoece. Homens resistem aos cuidados com a mente

O cenário está ligado ao machismo e aos tabus históricos que associam masculinidade à invulnerabilidade. A ideia de que “homem não chora” ou não deve demonstrar fragilidade ainda afasta muitos do cuidado preventivo.

Por Ana Beatriz Leal

A baixa adesão masculina ao cuidado em saúde mental reforça um problema enraizado na sociedade brasileira. Apenas 29,6% dos atendimentos em psicologia são realizados por homens, apesar de representarem cerca de 40% da base de pacientes. 
 

Além disto, a frequência é menor, em média, três consultas por ano, contra quatro das mulheres. Dados mostram que só 9,1% dos homens utilizam serviços integrados de saúde, o que compromete a efetividade do tratamento e aumenta o risco de agravamentos, sobretudo, em casos de ansiedade, uma das principais causas de emergências masculinas.
 

No recorte por idade, homens entre 21 e 30 anos procuram mais a psicologia, enquanto após os 50 anos a participação despenca para cerca de 22,2%. 
O cenário está ligado ao machismo e aos tabus históricos que associam masculinidade à invulnerabilidade. A ideia de que “homem não chora” ou não deve demonstrar fragilidade ainda afasta muitos do cuidado preventivo.