Jovens trocam faculdade por apostas

O Brasil vive uma distorção, enquanto jovens deveriam ocupar salas de aula, são engolidos por um sistema que lucra com alienação. Influenciadores prometem dinheiro fácil e as redes sociais romantizam o vício, 34% dos jovens brasileiros adiaram o ingresso em faculdades privadas este ano para continuar apostando. 

Por Camilly Oliveira

O Brasil vive uma distorção, enquanto jovens deveriam ocupar salas de aula, são engolidos por um sistema que lucra com alienação. Influenciadores prometem dinheiro fácil e as redes sociais romantizam o vício, 34% dos jovens brasileiros adiaram o ingresso em faculdades privadas este ano para continuar apostando. 

 


A pesquisa da ABMES com a Educa Insights revela o tamanho do estrago, de que quase um milhão de futuros estudantes ameaçados de ficar fora da faculdade em 2026 por conta das bets. Dentro das universidades, o cenário também assusta com 14% dos alunos já trancaram ou atrasaram o curso por causa das apostas. E a frequência do jogo cresce junto com o desespero: 52% apostam de uma a três vezes por semana, comprometendo até 10% da renda, especialmente nas classes mais pobres. Quem deveria investir no futuro, está preso num ciclo de perda e frustração.

 


O Congresso, movido pelos interesses do capital, trava qualquer tentativa de responsabilização do setor. A tentativa do governo Lula de aumentar a taxação sobre as bets enfrenta resistência de parlamentares aliados dos interesses financeiros. 

 


Mesmo com 58% da população apoiando a taxação das plataformas, bancos e bilionários, a chamada “BBB” continua emperrada. A omissão legislativa e institucional diante de um vício que rouba tempo, dinheiro e sonhos é, também, escolha política. Escolha esta que joga contra o povo e a favor do cassino digital que lucra com a desesperança.