Povos de terreiro e quilombolas pautam o clima real

Por Camilly Oliveira

Enquanto as potências discutem metas e balanços de carbono em Belém, em Salvador e no Rio de Janeiro, povos de terreiros e comunidades quilombolas realizam encontros próprios para denunciar o racismo ambiental e reafirmar a centralidade de seus territórios na defesa da vida. São mobilizações que desafiam o silêncio histórico imposto ao povo nas decisões sobre o clima.

 


Em Salvador, o Parque Pedra de Xangô virou símbolo desta luta: espaço sagrado e de resistência, agora também palco de debates e rituais pela justiça climática. No Rio, a Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima resgata o papel dos quilombos como comunidades sustentáveis muito antes da palavra “sustentabilidade” virar modinha. 

 


Estes movimentos mostram que a pauta ambiental não cabe em gráficos nem relatórios. O colapso climático tem cor, tem endereço e tem principalmente história. O que se discute nos palcos oficiais da COP30 ganha outra dimensão nas comunidades e nas assembleias quilombolas, por que proteger o planeta é também enfrentar o racismo e garantir o direito a existência.

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