Big techs promovem e lucram com fraudes 

Além do risco declarado de transtornos psicológicos pelo uso frequente de redes sociais, um dossiê produzido por duas organizações, Projeto Brief e Sleeping Giants, mostrou que estas empresas são parte estrutural de fraudes online. 

Por Itana Oliveira

Não é exagero dizer que a tecnologia domina o mundo atualmente, e as big techs, grandes empresas do setor estão no centro do controle. No Brasil, a Meta (dona do WhatsApp, Instagram e Facebook), e o Google, principal ferramenta de pesquisa utilizada no país, são os principais exemplos, pois estão no cotidiano da maioria dos brasileiros.

 

Além do risco declarado de transtornos psicológicos pelo uso frequente de redes sociais, um dossiê produzido por duas organizações, Projeto Brief e Sleeping Giants, mostrou que estas empresas são parte estrutural de fraudes online. 

 

O documento aponta que a ocorrência de fraudes não é por falha de sistemas, mas pela priorização da publicidade que garante o lucro, independentemente da veracidade do que está sendo oferecido. Dados da própria Meta afirmam que 70% dos novos usuários promovem algum tipo de comercialização fraudulenta ou de baixa qualidade. Já uma pesquisa da Reuters estima que a empresa faturou cerca de US$ 16 bilhões em 2024 com anúncios fraudulentos, aproximadamente 10% de toda a receita anual.

 

Ainda de acordo com o dossiê, golpes digitais apresentam o maior risco patrimonial no país atualmente, superando furtos e roubos, fato que deixa explícito a presença das gigantes tecnológicas na vida do brasileiro. Pesquisa da Datafolha afirma que 33,4% dos adultos no país já sofreram algum tipo de golpe online.

 

Outra problemática gravíssima é a apropriação de símbolos e logomarcas oficiais para aplicar os golpes. Com o avanço da inteligência artificial o cenário piora: fotos, vídeos e sons podem ser completamente manipulados, sem qualquer intervenção das empresas.