Agrotóxicos que envenenam o Brasil

O agronegócio é celebrado nos palanques políticos como motor da economia, mas na terra age como indústria da morte. Avança pulverizando comunidades, secando rios, matando peixes, destruindo culturas. Onde o agro cresce, gente adoece. A conta do lucro que não aparece nas propagandas do “agro é pop” é paga com sangue e exílio rural.

Por Camilly Oliveira

O agronegócio é celebrado nos palanques políticos como motor da economia, mas na terra age como indústria da morte. Avança pulverizando comunidades, secando rios, matando peixes, destruindo culturas. Onde o agro cresce, gente adoece. A conta do lucro que não aparece nas propagandas do “agro é pop” é paga com sangue e exílio rural.

 


De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, mais de 17 mil famílias sofreram intoxicações por agrotóxicos no último ano. Em muitas regiões do país, os relatos são de aviões lançando veneno sobre escolas e casas, com crianças vomitando e idosos com a pele em carne viva. É massacre a céu aberto, silenciado por quem lucra com a terra envenenada.

 


O Estado finge que regula, mas protege quem contamina. O SUS (Sistema Único de Saúde) coleta notificações, mas não investiga, o congresso aprova pacotes de veneno com nome de modernização. Tudo funciona para manter intocável a engrenagem que produz grãos para exportação e tragédias para quem planta para viver.

 


Diante do abandono, surgem resistências como a Rede de Agroecologia do Maranhão e a Campanha Contra os Agrotóxicos. Com pouco recurso e muita coragem, coletivos ao redor do Brasil denunciam crimes, formam lideranças, defendem a terra como espaço de vida e não de lucro. O agro é tóxico, letal, é projeto de morte.