Freio no estrago causado pelas bets

Os brasileiros gastaram, no ano passado, mais de R$ 23 bilhões com apostas online. De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio), o setor perdeu R$ 109 bilhões em igual período. 

Por Ana Beatriz Leal

Atletas, influenciadores, artistas e comunicadores são espécies de chamarizes para atrair público para a emboscada das bets. A aprovação pelo Senado do projeto de lei 2.985/2023, que restringe a participação destes profissionais em publicidade de casas de apostas, representa um passo para reduzir os danos que os jogos causam na mente e no bolso dos brasileiros. 

 


Pelo PL, que segue para a Câmara dos Deputados, estão vedadas a veiculação de propagandas que apresentem apostas como solução financeira e fonte de renda e campanhas ao público infanto-juvenil. Além disto, clubes esportivos patrocinados por bets não poderão estampar as marcas nos uniformes de atletas menores de idade e as empresas também serão obrigadas a exibir mensagens de alerta sobre os riscos do jogo.

 


De fato, iniciativas pelo poder público precisam ser tomadas. O vício em apostas, muitas vezes, acontece de forma silenciosa e disfarçada de passatempo. Afeta famílias, mercado de trabalho e economia. 

 


Os brasileiros gastaram, no ano passado, mais de R$ 23 bilhões com apostas online. De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio), o setor perdeu R$ 109 bilhões em igual período. 

 


Os problemas também se manifestam no ambiente de trabalho. No Brasil, 54% dos gestores afirmam que os empregados aproveitam o horário de descanso para apostar e 66% apontam que o vício compromete a saúde mental e física da equipe. Os dados são da pesquisa divulgada pela Creditas Benefícios, em parceria com Wellz by Wellhub e Opinion Box.