Mulher na mira do sistema

O recorde de feminicídios em 2024 escancara o que setores conservadores tentam esconde. O Brasil mergulhou em uma crise moral que pune mulheres por existirem. Quatro assassinatos por dia não são coincidência, mas resultado direto de um projeto político que desmonta políticas públicas, sabota direitos e legitima a violência com discursos antiquados travestidos de valores familiares.

Por Camilly Oliveira

O recorde de feminicídios em 2024 escancara o que setores conservadores tentam esconde. O Brasil mergulhou em uma crise moral que pune mulheres por existirem. Quatro assassinatos por dia não são coincidência, mas resultado direto de um projeto político que desmonta políticas públicas, sabota direitos e legitima a violência com discursos antiquados travestidos de valores familiares.

 

 

Os dados do Mapa da Violência, divulgados pelo Ministério da Justiça nesta semana, mostram o pior cenário já registrado: 1.459 mulheres mortas pelo simples fato de serem mulheres. Apenas por isto.

 

 

A Região Centro-Oeste lidera o ranking, com taxa de 1,87 feminicídios por 100 mil. A explosão dos estupros também revela o descaso, foram 83.114 casos, ano passado, 86% contra mulheres. A desigualdade não é colateral, mas estratégia.

 

 

A escalada não nasce no vácuo, mas de anos de cortes em políticas de igualdade, ataques às redes de acolhimento e avanço de uma mentalidade que tenta devolver as mulheres à submissão. Como ocorreu no governo Bolsonaro de forma intensa.

 

 

O ultraliberalismo trata vidas como custos, enquanto o reacionarismo transforma o machismo em regra. O feminicídio virou retrato fiel de um país que se recusa a enfrentar seus próprios monstros e prefere culpabilizar as vítimas do que confrontar a estrutura que as mata.