Brasil, exemplo para o fim da fome global

Enquanto a fome se mantém como arma de dominação em boa parte do mundo, o Brasil mostra ser possível combatê-la com soberania, justiça social e Estado presente. O mundo não fracassou por falta de recursos, mas claramente por escolhas políticas. 

 

Apesar da saída histórica do Brasil do Mapa da Fome, anunciada anteontem pela ONU (Organização das Nações Unidas), o cenário global é preocupante. Segundo o relatório da FAO, 673 milhões de pessoas passaram fome em 2024 e 2,3 bilhões convivem com insegurança alimentar.  

 

A desigualdade estrutural, os conflitos armados e o colapso climático seguem devastando populações inteiras, especialmente na África Subsaariana, onde mais de um bilhão de pessoas não conseguem pagar por uma alimentação saudável, índice que cresce em vez de cair.

 

Mulheres e populações rurais continuam sendo os rostos mais atormentados da fome. Em todos os continentes, sofrem desproporcionalmente os efeitos do desmonte de políticas públicas e da financeirização dos alimentos, resultantes do projeto ultraliberal. O custo médio de uma dieta saudável subiu para US$ 4,46 por pessoa/dia, enquanto alimentos ultraprocessados seguem baratos e acessíveis, criando um apartheid nutricional cruel e lucrativo para grandes corporações.

 

O Brasil, guiado pela democracia social emergiu como exceção. A queda da subalimentação na América do Sul, de 5,5% para 3,8%, reflete o peso da reativação de políticas públicas brasileiras como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos, o fortalecimento da agricultura familiar e a volta do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional). O país segue sendo exemplo de civilidade.