Redução da jornada é justiça social

Durante o debate na CCJ, foram apresentados números que comprovam os benefícios da diminuição. A redução para 40 horas semanais pode gerar até 3,6 milhões de novos empregos.

Por Rose Lima

Em debate na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC 148/2019), que prevê a redução da jornada semanal de trabalho no Brasil de 44 para 36 horas, começou a ganhar fôlego político e social.

 

A PEC, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), encontra respaldo no relatório do senador Rogério Carvalho (PT-SE) e promete recolocar no centro do debate nacional uma pauta histórica do movimento social. A valorização do tempo do trabalhador.

 

Enquanto países desenvolvidos já discutem jornadas semanais de 32 horas, o Brasil ainda mantém o modelo 6x1, com seis dias de trabalho e apenas um de descaso. Uma escravização moderna. Não à toa as jornadas exaustivas se tornaram um dos principais motores de adoecimento.

 

Durante o debate na CCJ, foram apresentados números que comprovam os benefícios da diminuição. A redução para 40 horas semanais pode gerar até 3,6 milhões de novos empregos. A meta final, de 36 horas semanais, tem potencial de criar 8,8 milhões de vagas.

 

Sem falar no impacto direto na saúde pública. Em 2022, mais de 209 mil afastamentos do trabalho foram motivados por transtornos mentais relacionados ao excesso de trabalho. A redução da jornada, portanto, é também uma estratégia preventiva de saúde, com reflexos sobre os gastos previdenciários e hospitalares.