O feminicídio tem cor
Dados de 2024 atestam que a maioria das vítimas de feminicídio, 63,6%, fazem parte da população negra, enquanto as brancas foram de 35,7%.
Por Itana Oliveira
Se a violência de gênero afeta mulheres no geral, quando se trata das negras, massacra. Dados de 2024 atestam que a maioria das vítimas de feminicídio, 63,6%, fazem parte da população negra, enquanto as brancas foram de 35,7%.
A estatística não busca medir a gravidade entre os dois grupos, apenas expor a quem mais afeta em termos de quantidade. Ao todo, quatro mulheres foram alvos de feminicídio por dia no ano passado, maior número registrado desde 2015.
A invisibilização da comunidade negra pode ser vista de todos os ângulos. As mortes no Brasil sempre foram vistas de forma natural e não causam espanto. Pelo contrário, o discurso de ódio é cada vez mais frequente e isento. É baseada nesta conclusão que os números podem ser interpretados. Entre 2023 e 2024 a taxa de racismo saltou de 26,3% e de injúria racial 41,4%.
O Brasil, país com maior número de negros fora da África, em mais um ano dá exemplo de escárnio contra o seu próprio povo.