O Brasil que a educação não alcançou

Cerca de 30% da população entre 15 e 64 anos não conseguem compreender plenamente o que leem ou realizar operações matemáticas simples.

Por Ana Beatriz Leal

Os avanços na educação nacional são inegáveis. Apesar disto, o Brasil ainda não venceu um desafio básico. Cerca de 30% da população entre 15 e 64 anos não conseguem compreender plenamente o que leem ou realizar operações matemáticas simples. Os dados são do Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional).
 

A taxa de analfabetismo é maior entre pessoas com 40 anos ou mais. São pessoas que tiveram o direito à educação negado, o que tem impacto direto na produtividade, cidadania e exercício da democracia. Os prejuízos são em cadeia. Barreiras para a renda, acesso à saúde, moradia, enfim, uma vida mais digna. Indivíduos jogados à margem.  
 

O Inaf identifica ainda cinco níveis de proficiência: analfabeto (7%), rudimentar (22%), elementar (34%), intermediário (25%) e proficiente (12%). Entre as estratégias para enfrentar o analfabetismo funcional está o EJA (Educação de Jovens e Adultos), política pública para pessoas a partir de 15 anos que não tiveram acesso à educação na idade considerada própria. 
 

De acordo com a Constituição Federal de 1998 e a Emenda Constitucional 59, de 2009, a educação básica deve ser cumprida, obrigatoriamente, dos 4 aos 17 anos de idade. É um direito essencial para a formação de cidadãos conscientes e críticos.