Países mais ricos precisam limpar a própria sujeira 

O Brasil se prepara para marcar presença na COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) não como mero espectador, mas protagonista que busca reparação histórica e participação mais efetiva na abordagem da crise climática global. O evento começa nesta quinta-feira (30/11) e segue até 12 de dezembro, em Dubai, Emirados Árabes.

O Brasil se prepara para marcar presença na COP28 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) não como mero espectador, mas protagonista que busca reparação histórica e participação mais efetiva na abordagem da crise climática global. O evento começa nesta quinta-feira (30/11) e segue até 12 de dezembro, em Dubai, Emirados Árabes.


A atual crise climática, como aponta a história, é, em grande parte, resultado das ações dos países mais desenvolvidos que, na ânsia por dinheiro, exploram e degradam o meio ambiente. Nações como Estados Unidos, ao descartarem responsabilidades financeiras pelas emissões históricas, evidenciam postura imprudente que perpetua a desigualdade climática.


Na última Conferência, em novembro de 2022, foi firmado acordo para criação de um fundo de "perdas e danos" entre países ricos e pobres, mas a implementação permanece incerta. Na edição deste ano, a expectativa é grande. Principalmente em torno do Brasil.


O presidente Lula deve apresentar proposta para acelerar a transição para fontes de energia limpa, além da distribuição equitativa de recursos, especialmente para nações em desenvolvimento. A falta de ação imediata coloca em risco o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, conforme acordado em Paris em 2015. As estimativas indicam um caminho em direção a um aumento de 2,4°C a 2,7°C até 2100. 

 

Herança envenenada. Colonialismo ajudou a gerar crise atual 
Numa dança macabra com o tempo, as emissões de gases entrelaçam-se com as do colonialismo, revelando uma verdade incômoda: mais da metade do CO2 que sufoca a atmosfera foi gerada pelo mundo eurocêntrico. Uma pilhagem histórica que agora bloqueia a capacidade de resposta e agrava a desigualdade.


Ao todo, 23 países, destaque parta Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França, são responsáveis pela metade de todas as emissões de CO2 lançadas ao ar. 


Os países desenvolvidos, principais autores da crise climática global, observam dos “tronos privilegiados”, enquanto as nações em desenvolvimento enfrentam os estragos causados pela face mais cruel do ultraliberalismo. O aquecimento global é um agente de desigualdade econômica que estrangula os mais pobres. 


Agora, na COP28, a palavra de ordem deve ser de reparação. Reconhecer o mal causado à humanidade e mostrar vontade de acabar com o problema efetivamente.


Entre as medidas cruciais, o reconhecimento e oferta de refúgio seguro para os mais de 21,5 milhões de refugiados climáticos ao redor do mundo. A crise já forçou as pessoas de países destruídos a abandonarem lares para fugir da seca ou enchetes. Mas, a frieza de muitos países, incluindo EUA, perpetua a injustiça.