Brasil pronto para virar o jogo
A jornada de 36 horas semanais já é realidade viável e o Brasil está preparado.
Por Camilly Oliveira
O estudo da Unicamp desmascara o mito da sobrecarga como sinônimo de produtividade. Trabalhar quatro dias e descansar três não é regalia, é avanço. A jornada de 36 horas semanais já é realidade viável e o Brasil está preparado. O que falta não é argumento técnico, é vontade política para romper com o velho pacto de exploração.
Reduzir o tempo de trabalho aumenta a produção porque respeita quem produz. Países que apostaram neste modelo provaram que o descanso melhora foco, reduz erros e amplia resultados.
O cansaço diário não move a economia, só alimenta lucros de poucos. O estudo mostra que menos horas rendem mais e inclusive para quem só entende a linguagem do capital.
A mudança corrige distorções profundas, nas quais mulheres seguem presas à dupla jornada. Homens negros sustentam a base da economia com os piores salários e as maiores cargas. Diminuir a jornada é redistribuir tempo, saúde e poder. Ganha o trabalhador e ganha o país.
Quem resiste à escala 4x3 defende o lucro acima da gente. Está na hora de parar de fingir que exaustão é compromisso. O Congresso tem uma chance histórica de aprovar a PEC das 36 horas e empurrar o Brasil para o século XXI. Não se trata só de agenda trabalhista. É sobre tempo e sobre vidas.