A farsa do capital sobre o trabalho remoto
Ao redor do mundo, muitas organizações deixam de pagar serviços, atrasam pagamentos e remuneram menos do que o salário mínimo local. Além disto, falham em dar suporte e segurança, não oferecem proteção social e dificultam a organização dos trabalhadores.
Por Ana Beatriz Leal
Uma das grandes farsas do capital é que o trabalho remoto é um “mar de rosas”. Até representa modernização, embora afaste socialmente os trabalhadores, mas é preciso pensar a que custo. As empresas economizam com despesas e os trabalhadores amargam condições precárias.
Ao redor do mundo, muitas organizações deixam de pagar serviços, atrasam pagamentos e remuneram menos do que o salário mínimo local. Além disto, falham em dar suporte e segurança, não oferecem proteção social e dificultam a organização dos trabalhadores. É o que constata o Relatório Fairwork Cloudwork Ratings 2025, projeto que reúne uma rede global de pesquisadores coordenados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pelo instituto WZB Berlin, na Alemanha.
O mundo vive um “boom” de plataformas digitais que mediam este tipo de serviço. Mas, o relatório traz um ranking sobre as condições básicas de trabalho. A média foi 3,5 de um total de 10. Bem baixo.
Na modalidade remota, muitos direitos são negligenciados ou simplesmente nem existem. Algumas plataformas tratam funcionários como colaboradores autônomos e independentes. Na prática, sem férias, 13º, descanso remunerado, conquistas presentes na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os trabalhadores, portanto, precisam se atentar para não cair na falsa sensação de liberdade.