Trabalho escravo se alastra em Salvador e RMS 

O trabalho análogo à escravidão, antes associado ao campo, tem se infiltrado nas cidades, incluindo Salvador e Região Metropolitana. Nos últimos 10 anos, 86 pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão na capital, com 40 casos em 2014.

Por Ana Beatriz Leal

O trabalho análogo à escravidão, antes associado ao campo, tem se infiltrado nas cidades, incluindo Salvador e Região Metropolitana. Nos últimos 10 anos, 86 pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão na capital, com 40 casos em 2014.
 

Durante a pandemia, 14 trabalhadores foram libertados. A RMS também apresenta números alarmantes, como os 163 trabalhadores chineses resgatados em Camaçari, no final de 2024, além de casos em Simões Filho, Lauro de Freitas e Mata de São João.
 

O perfil das vítimas em áreas urbanas tende a ser diferente do rural. Muitas são trabalhadoras domésticas, ambulantes ou operários da construção civil e têxtil, frequentemente migrantes em busca de melhores condições de vida.
 

Os trabalhadores estão, na maioria das vezes, na informalidade e em situações de extrema vulnerabilidade. A dificuldade de identificação é uma das principais barreiras para a fiscalização, já que muitos vivem em condições precárias, sem documentos, e com medo de denunciar os empregadores.
 

Diferentemente da época do governo Bolsonaro, a fiscalização tem se intensificado, com operações coordenadas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) e Polícia Federal, baseadas em denúncias e investigações. Após o resgate, as vítimas recebem apoio através do programa Vida Pós-Resgate, que oferece assistência e qualificação profissional.