Lucro contrasta com perversidade dos bancos 

Enquanto os cofres enchem, bancários perdem emprego, ou ficam adoecidos diante da sobrecarga, e clientes são enxotados das agências, cada vez mais escassas, diga-se de passagem.

Por Ana Beatriz Leal

A lucratividade inabalável do sistema financeiro é prova inconteste de que as reestruturações promovidas pelos bancos fazem parte de uma estratégia perversa de redução de estrutura física e humana para manter ganhos escandalosos. A soma do lucro líquido de cinco bancos (Itaú, Bradesco, BTG, Santander e Banco do Brasil) chegou a R$ 29 bilhões no terceiro trimestre de 2025. 
 

Enquanto os cofres enchem, bancários perdem emprego, ou ficam adoecidos diante da sobrecarga, e clientes são enxotados das agências, cada vez mais escassas, diga-se de passagem. 
 

Em meio a um cenário de abundância nos lucros, o setor bancário eliminou 8.807 postos de trabalho nos nove primeiros meses de 2025. Só em setembro foram 1.866. 
 

Nos últimos 12 meses, os bancos fecharam vagas em todas as regiões, exceto o Centro-Oeste. Destaque negativo o Sudeste (-5.956 vagas), seguido pelo Sul (-2.144), Nordeste (-940) e Norte (-318).
 

Não é um posicionamento novo. Desde o início da série histórica do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em janeiro de 2020, o setor bancário acumula perda de 23,8 mil vagas.
 

Demitir, terceirizar, explorar, fechar agência e abandonar clientes são atitudes que fazem parte da gestão danosa dos bancos. Para eles, só o lucro interessa. Custe o que custar.