Bancos privados lucram em meio à precarização do trabalho

Nos primeiros nove meses de 2025, Itaú, Santander e Bradesco registraram lucros de R$ 64,178 bilhões, um aumento de 17,4% em relação ao ano anterior. Porém, enquanto os bancos têm resultados financeiros excepcionais, cortaram 9.099 postos de trabalho e fecharam 1.168 agências, reforçando a política de demissões em massa. 

Por Itana Oliveira

Nos primeiros nove meses de 2025, Itaú, Santander e Bradesco registraram lucros de R$ 64,178 bilhões, um aumento de 17,4% em relação ao ano anterior. Porém, enquanto os bancos têm resultados financeiros excepcionais, cortaram 9.099 postos de trabalho e fecharam 1.168 agências, reforçando a política de demissões em massa. 


Em contraste com o crescimento no número de clientes, o Santander, por exemplo, adicionou 4 milhões de correntistas, os funcionários enfrentam um cenário de sobrecarga. Dados de 2024 mostram que os bancários estão entre as profissões com mais incidência de problemas de saúde mental, com 37,76% dos afastamentos de gerentes de banco sendo reconhecidos como doenças ocupacionais.
Apesar de representar apenas 0,8% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária foi responsável por 2,18% dos afastamentos em 2024, com a saúde mental como a principal causa, tanto em relação aos benefícios acidentários quanto dos previdenciários. Isso destaca o custo humano das metas abusivas e da pressão constante no setor. 


Os dados demonstram uma contradição entre os lucros bilionários dos bancos e a realidade enfrentada pelos trabalhadores. Enquanto as instituições financeiras alcançam resultados recordes, o setor continua a reduzir o número de funcionários e a aumentar as taxas de adoecimento, especialmente relacionados ao estresse ocupacional. A disparidade entre os ganhos financeiros e o comprometimento da saúde dos empregados revela uma preocupação crescente com as condições de trabalho, frequentemente negligenciadas.