COE aumenta a pressão no Santander
A resposta do Santander é bem limitada a anunciar uma recarteirização sem detalhes, e reforçou exatamente o problema que a COE cobra, que são as decisões unilaterais e pouca clareza sobre impactos. Por isto, a COE reafirmou que nenhuma mudança estrutural pode ocorrer sem debate prévio e responsabilidade social.
Por Camilly Oliveira
A nova reestruturação do Santander expôs, mais uma vez, o abismo entre o lucro bilionário do banco (R$ 11,5 bilhões em nove meses) e a realidade de quem mantém a operação de pé. A COE (Comissão de Organização dos Empregados) chegou à reunião de terça-feira, em São Paulo, cobrando o fim dessa política.
O encontro foi resultado de uma sequência de cortes, fechamento de unidades e reorganizações silenciosas que aumentaram a sobrecarga e acenderam o alerta em todo o país. Os representantes dos trabalhadores apresentaram um diagnóstico que desmonta o discurso de eficiência do Santander.
Enquanto o banco expande clientes, fecha agências e elimina milhares de postos de trabalho, a pressão explode nas unidades que ainda funcionam. A redução de estrutura se transformou em doenças, insegurança e um cotidiano marcado por metas agressivas e equipes reduzidas.
Diante do cenário, a COE cobrou transparência real e negociação séria. Exigiu justificativas para os cortes, acesso à estrutura completa do banco, informações sobre CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e trabalhadores e cobrou o fim da fragmentação que acaba com direitos. Também pediu a abertura imediata de mesas específicas para saúde, diversidade e segurança bancária, áreas em que as demandas se acumulam e o Santander posterga soluções. As primeiras agendas já foram confirmadas para dezembro e janeiro.
A resposta do Santander é bem limitada a anunciar uma recarteirização sem detalhes, e reforçou exatamente o problema que a COE cobra, que são as decisões unilaterais e pouca clareza sobre impactos. Por isto, a COE reafirmou que nenhuma mudança estrutural pode ocorrer sem debate prévio e responsabilidade social.
Participando da reunião, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Adelmo Andrade, afirmou "A impressão é que não conseguimos nada de concreto com o banco, por que o Santander não se compromete a parar as demissões e os fechamentos das agências. Então, o movimento sindical como um todo continuará lutando neste sentido. Mas, não existe palavra de garantia do Banco de que acabará com as demissões. Continuamos a luta, pressionando cada vez mais".
