O Brasil que dá certo
O crescimento acumulado de cerca de 70% na renda per capita e a queda robusta do Índice de Gini revelam que o país mudou de patamar e passou a mostrar resultados consistentes. Os períodos de maior queda das desigualdades, 2003 a 2014 e 2021 a 2024, coincidem com momentos de fortalecimento da democracia social, impulsionada pelos governos Lula, ampliada no governo Dilma e retomada com força no terceiro mandato de Lula.
Por Camilly Oliveira
O Brasil chegou no fim de 2024 com os menores índices de pobreza e desigualdade dos últimos 30 anos, segundo a nota técnica do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), baseada nas pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde 1995.
O crescimento acumulado de cerca de 70% na renda per capita e a queda robusta do Índice de Gini revelam que o país mudou de patamar e passou a mostrar resultados consistentes. Os períodos de maior queda das desigualdades, 2003 a 2014 e 2021 a 2024, coincidem com momentos de fortalecimento da democracia social, impulsionada pelos governos Lula, ampliada no governo Dilma e retomada com força no terceiro mandato de Lula.
A volta do crescimento após o colapso econômico e sanitário entre 2014 e 2021 devolveu dinamismo a economia e restaurou a capacidade do país de produzir inclusão. O estudo destaca que dois fatores cruciais para explicar a mudança: a recomposição do emprego e a rede de proteção social.
O mercado de trabalho reagiu, aumentou a renda média em mais de 25% em três anos e devolveu o mínimo de seguridade às famílias. Ao mesmo tempo, políticas de transferência como Bolsa Família, BPC (Benefício de Prestação Continuada) reforçaram a base social, e garantiram quase metade da queda da extrema pobreza no período.
O país atingiu em 2024 a menor taxa de pobreza já registrada, mas ainda assim os números precisam diminuir: 4,8% das pessoas na extrema pobreza e 26,8% abaixo da linha de pobreza. O dado mais relevante está na composição da queda: mais de 60% da redução da miséria resulta da redistribuição. A melhora na base da sociedade, reforçou o consumo das famílias e reduziu a fratura social estrutural do país.
