Internet facilita racismo contra mulheres negras

O racismo está diretamente atrelado à misoginia, pois, mulheres negras representam 56% das vítimas das denúncias. Atualmente, no Brasil, o mesmo grupo representa 63% das vítimas de feminicídio.

Por Itana Oliveira

Se o racismo ainda é frequentemente relatado no cotidiano da população negra, na internet, ‘terra sem lei’ no Brasil, o cenário é ainda pior. A pesquisa “Brasil, mostra tua cara: retrato das vítimas de racismo on-line e o anonimato de seus agressores” desenvolvida pelo projeto Aláfia Lab utilizou os 1.739 relatos recebidos pelo Disque 100, canal de denúncias do governo, de janeiro de 2011 a abril de 2025 e revelou que 91% foram feitas por pessoas negras. 

 

O racismo está diretamente atrelado à misoginia, pois, mulheres negras representam 56% das vítimas das denúncias. Atualmente, no Brasil, o mesmo grupo representa 63% das vítimas de feminicídio. É inevitável dissociar um dado do outro, visto que grande parte da população consome conteúdo na internet. Redes sociais como X e Facebook ainda precisam de denúncias dos próprios usuários ou decisão judicial para remover publicações que incitam o preconceito. Por este e outros fatos, a regulamentação das redes sociais se faz urgente.