Mais de 450 mil casos de assédio moral
O dado da Justiça do Trabalho mostra a ofensividade do capital sobre o trabalho. Entre 2020 e 2024 foram recebidas, em todas as instâncias, 458.164 novas ações envolvendo pedidos de indenização por conta de assédio moral no trabalho. Só nos últimos dois anos houve crescimento de 28%. O número de processos saltou de 91.049 para 116.739.
Por Ana Beatriz Leal
O dado da Justiça do Trabalho mostra a ofensividade do capital sobre o trabalho. Entre 2020 e 2024 foram recebidas, em todas as instâncias, 458.164 novas ações envolvendo pedidos de indenização por conta de assédio moral no trabalho. Só nos últimos dois anos houve crescimento de 28%. O número de processos saltou de 91.049 para 116.739.
É bem verdade que há maior conscientização por parte dos trabalhadores e, por isto, o aumento de denúncias. O fato, no entanto, não barra a sanha patronal, que passa o rolo compressor nos empregados. Não é raro conhecer um funcionário que passe por situações como cobrança excessivas, comentários que constrangem, tratamento agressivo e ameaças de punição. No ambiente bancário é comum.
O assédio moral causa uma reação em cadeia. Em muitos casos afeta a saúde mental dos funcionários. De acordo com o Ministério da Previdência Social, enquanto em 2014 quase 203 mil pessoas foram afastadas do trabalho no Brasil em decorrência de quadros depressivos, ansiedade e reações a estresse grave, em 2024 o número pulou para 472 mil, um recorde.
O combate ao assédio é uma responsabilidade das empresas, que precisam estar comprometidas com o bem-estar dos trabalhadores e a promoção de uma cultura organizacional respeitosa e ética. A Norma Regulamentadora nº 1 do Ministério do Trabalho e Emprego acaba de passar por atualização. Embora ainda em caráter educativo, a NR-1 inclui os riscos psicossociais, o que é um avanço.