COLUNA SAQUE
Por Rogaciano Medeiros
HISTÓRICO, BRASIL
O primeiro dia da fase conclusiva do julgamento da trama golpista, ontem, entra para a História do Brasil como o momento mais significativo de afirmação das instituições, da institucionalidade e do respeito às leis, em 135 anos da trajetória republicana, iniciada em 15 de novembro de 1889, e 36 anos da Constituição Cidadã, promulgada em 5 de outubro de 1988. Esperança.
PROVAS CONDENAM
A fragilidade na defesa dos réus do núcleo crucial da trama golpista, no qual se inclui Bolsonaro, não se deve a incapacidade dos advogados. Longe disto. A fartura e a contundência das provas reunidas pelas PF e apresentadas pela PGR na denúncia determinam a indefensibilidade. Neste caso, vale o velho provérbio: “Contra fatos não há argumento”. A condenação é inevitável.
RESTA SABER
Durante a acusação feita pela PGR, ontem, na fase conclusiva do julgamento da trama golpista, o procurador-geral, Paulo Gonet, lembrou que o golpe de Estado só não se consumou porque o Exército não admitiu. Verdade, resta saber se por convicção do alto comando ou por obediência ao governo Biden (EUA), que exigiu respeito ao resultado das urnas. Dúvida atroz.
LAIA BOLSONARISTA
A declaração de Tarcísio de Freitas (PR), de que não acredita na Justiça, não surpreende. O novo queridinho das elites reaças, como o agro e o sistema financeiro, foi ministro de Bolsonaro, eleito governador paulista com os votos do ex-presidente, sempre o defendeu, insiste que não houve tentativa de golpe de Estado e se calou diante do tarifaço de Trump. Mesma laia.
VALEU, MINO
Lamentável que o italiano Mino Carta, um dos mais competentes e sérios jornalistas do Brasil, ferrenho defensor da ética, do Estado democrático de direito e de um projeto soberano de desenvolvimento nacional, que morreu ontem, aos 91 anos, não tenha testemunhado a condenação de Bolsonaro e demais golpistas, os quais ele sempre combateu, jornalística e politicamente.