Um jovem negro morto a cada 23 minutos
No Brasil, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto. Por dia, são 66 óbitos. Por ano, número chega a 4.290. De acordo com o Mapa da Violência, a chance de um rapaz negro ser assassinado é 12 vezes maior do que a de um branco. E o racismo está presente nos homicídios. É o que afirma a ONU (Organização das Nações Unidas).
Para alertar sobre a violência contra negros, a ONU lançou a campanha Vidas Negras. Entre os objetivos, chamar a atenção dos governos, parlamentares, tribunais, organizações, entidades e sociedade civil para a questão. De 2005 a 2015, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes negros aumentou 18,2%. Entre os não negros, houve queda de 12,2%.
Além de chamar a atenção da opinião pública, a campanha tem o intuito de pautar o poder público sobre a necessidade de combate à discriminação racial no país, com políticas públicas eficazes. A discussão é mais do que oportuna, sobretudo, neste mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro.
Segundo pesquisa da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do governo federal, 56% dos entrevistados disseram que a morte de negros choca menos do que a de brancos. Uma indignação seletiva, reflexo da discriminação enraizada na sociedade brasileira.
A desigualdade também é registrada na questão de gênero. De acordo com o Atlas da Violência 2017, feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os assassinatos de mulheres negras subiram 22% de 2005 a 2015, enquanto entre as não negras, o índice caiu 11%.