IA aprofunda desigualdade de gênero
Pesquisa da OIT aponta que 79% das mulheres estão em ocupações suscetíveis à automação. Ou seja, desigualdades tanto nas oportunidades quanto nos desafios.
Por Ana Beatriz Leal
O aumento exponencial do uso da Inteligência Artificial traz uma série de questionamentos sobre os impactos no mercado de trabalho, principalmente em relação à possibilidade de demissão em massa. Quando observado o fenômeno sob a perspectiva de gênero, os dados revelam uma realidade preocupante para as mulheres.
Pesquisa da OIT (Organização Internacional do Trabalho) de 2023 aponta que 79% das mulheres estão em ocupações suscetíveis à automação. Ou seja, desigualdades tanto nas oportunidades quanto nos desafios.
Um ponto que chama atenção é a exclusão das mulheres das áreas tecnológicas, especialmente na programação de IA. Um ciclo que reproduz estereótipos e preconceitos que acabam afetando diretamente as trabalhadoras, sobretudo as negras e as integrantes da comunidade LGBTQIAPN+.
Estudo da Universidade da Carolina do Norte revela que oito em cada 10 mulheres nos Estados Unidos, cerca de 59 milhões de profissionais, estão em cargos altamente expostos às mudanças geradas pela IA, contra seis a cada 10 homens.
Outra pesquisa realizada pela empresa britânica Flexjobs, especializada em trabalho flexível, aponta que enquanto 54% dos homens britânicos utilizam IA na vida pessoal e profissional, apenas 35% das mulheres têm o hábito. No Brasil, ainda não há muitos levantamentos neste sentido, mas certamente a tendência deve se repetir.