Manifesto reforça luta pela Caixa 100% pública

Além do debate da mesa permanente, a CEE (Comissão Executiva dos Empregados) também entregou aos representantes do banco manifesto em defesa da Caixa 100% pública.  Os ataques à atuação como empresa pública são destaque. O desmonte da estatal era um projeto antigo e foi colocado em prática a partir do golpe de 2016, no governo Temer, mas os sindicatos se mantiveram firmes para defender a instituição financeira.

 

O documento reforça que a intenção inicial era a transformação da Caixa em S.A., com capital aberto em bolsa de valores, conforme previa o Projeto de lei 555/2015. Porém, o plano falhou por conta da mobilização das entidades representativas dos empregados e fatiar a estatal virou o foco com a criação de subsidiárias, por exemplo.

Para justificar as medidas, a direção do banco sinalizava que pretendia implementar a “estratégia de monetizar os ativos da instituição”, ação feita através da abertura de capital da Caixa Seguridade e da criação de sociedades com outras empresas (as joint-ventures) para explorar negócios nos quais a Caixa já atuava - capitalização, previdência, seguros, consórcios e cartões.

Quando os ativos foram vendidos, o lucro da Caixa foi inflado artificialmente por meio das receitas não recorrentes. Os resultados sustentáveis, que são obtidos com as operações de crédito e receitas de tarifas de serviços prestados, ficaram em segundo plano. 

 

A empresa perdeu mercado em segmentos essenciais, como a habitação, enquanto os recursos obtidos pela venda dos ativos foram direcionados ao governo Bolsonaro através da devolução de partes do capital do banco, os IHCD’s. Ainda houve tentativas da gestão de Pedro Guimarães em avançar com o plano nas áreas que são consideradas o “core business” do banco: as Loterias, Gestão de Fundos (DTVM) e Banco Digital. No entanto, o processo não foi concluído.