Histórias de mulheres inspiradoras no Alice Bottas

A força das mulheres, a importância do empoderamento feminino na sociedade e do reconhecimento dos desafios enfrentados por elas estão em evidência em todo o mês de março. Unidos às histórias, trajetórias e currículos impressionantes das oito homenageadas do Prêmio Alice Bottas 2024, ajudaram a emocionar quem lotou o auditório da Casa Pia São Joaquim, na noite desta quinta-feira (21/03).

Por Renata Andrade

A força das mulheres, a importância do empoderamento feminino na sociedade e do reconhecimento dos desafios enfrentados por elas estão em evidência em todo o mês de março. Unidos às histórias, trajetórias e currículos impressionantes das oito homenageadas do Prêmio Alice Bottas 2024, ajudaram a emocionar quem lotou o auditório da Casa Pia de São Joaquim, na noite desta quinta-feira (21/03).

 

Uma opinião foi unânime: a importância da premiação destaca os valores do Sindicato dos Bancários da Bahia não apenas na defesa dos trabalhadores, mas também pelo compromisso de valorizar o protagonismo das mulheres. Não é apenas uma entrega de troféu. É o reconhecimento do trabalho das potências femininas.

 

“Nosso Sindicato sempre defenderá todas nós mulheres, destacando para que possamos sempre alcançar nossos desejos”, reforçou a diretora de Gênero da entidade, Martha Rodrigues. 

 

 

Em um dos vários momentos marcantes da noite, a atriz mirim Duda Santana encantou a todos novamente ao declamar o cordel A Lei Maria da Penha, de Tião Simpatia, que destaca, de forma irreverente e clara, os caminhos que devem ser seguidos diante de todos os tipos de violência contra as mulheres. 

 

 

 

O presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, lembrou a ousadia de mulheres na década de 80 com a fundação do Coletivo de Gênero da entidade. Destacou que fundado em 1933, o SBBA já tinha uma diretora mulher em 1934. Era Alice Bottas, funcionária do Banco Franco Brasileiro. Ainda deixou um recado. “Nós homens temos que assumir nosso papel de enfrentar a masculinidade tóxica, de conversar com nossos filhos e de enfrentar a realidade, que, muitas vezes, acontece nos lares, que é a violência, e no mercado de trabalho de desigualdade salarial”.

 

Com a palavra, as homenageadas:

 

 

Marleide Nogueira (Ativismo Social) - “O autismo do meu filho nunca foi um problema. O problema é uma sociedade que é excludente, capacitista e que rotula as pessoas pelas limitações. Essa é a primeira vez que tenho reconhecimento em público diante de toda minha jornada. Diante de uma época que não se falava em autismo como hoje e não tinham dispositivos legais”.

 

Kátia Branco (Bancária) - “Esse prêmio quando a gente vem receber no momento sou eu a Kátia. Mas quando a Kátia recebe são todas as mulheres que recebem, porque a gente sabe como é árdua a nossa luta. A gente quer os homens lado a lado. A gente quer igualdade. Isso no dia a dia”.

 

Tarsilla Alvarindo (Comunicação) - “Por muito tempo a gente não teve representatividade para as mulheres negras em nenhuma área da sociedade. Muito menos na televisão. Mas sempre tivemos nas nossas vidas mulheres pretas incríveis que foram as nossas impulsionadoras. Foram elas que nos deram coragem e que disseram pra gente: ‘você pode’. Muitas vezes passando por cima do que elas gostariam de ter tido”.

 

Tânia Toko (Cultura) - “Sou muita agradecida por fazer parte com cada mulher que está aqui representando sua área. Isso me honra muito e eu sou realmente agradecida por fazer parte desse panteão dessas oito mulheres poderosas. Eu sou uma mulher negra, oriunda da periferia, onde vivo até hoje. Sou fruto de trabalho social que era feito dentro da minha comunidade”.

 

Cleuma Gonzalez (Esporte) - “Ter sido escolhida me faz ter a sensação de trabalho cumprido. Tive uma lesão medular e graças a ela a minha vida foi totalmente modificada. O médico ensinou a minha a mãe que ela deveria me mostrar como ser independente. Hoje tudo que eu sou e onde cheguei eu devo a ela”.

 

Dolores Fernandez (Saúde) - “Minha fala é de uma emigrante. Não é fácil ser uma mulher emigrante. Eu tenho dois lugares. Se vou a Espanha, chegou a brasileira. Se estou aqui, sou a espanhola. Esse prêmio é para minha mãe, uma mulher guerreiras.Ela não tinha quem cuidasse conta de mim”.

 

Esmeralda de Oliveira (Jurídico) - “Quero ratificar tudo que foi dito aqui por todos que estiveram nesse palco sobre a importância da luta das mulheres na sociedade. Eu só quero agradecer a todos que estão aqui”.

 

Rosa de Souza (Sindical) - “É uma honra receber o Prêmio Alice Bottas, representando uma mulher trabalhadora de referência no seu período para nós somos militantes, mães, filha e avó, e construir um caminho de referência de militância nomo movimento sindical”.

 

Eduardo Navarro sempre presente 

Ao som de Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo), canção de Emicida, um vídeo mostrou momentos de Eduardo Navarro na luta e participação na defesa dos trabalhadores, durante homenagem na abertura do Prêmio Alice Bottas, na noite desta quinta-feira (21/03).

Eduardão faleceu nesta quarta-feira (20/03), mas deixa um legado de companheirismo não somente no movimento sindical bancário como na vida pessoal. “A gente tem certeza que a história de Eduardo Navarro precisa ser mantida de pé com a garantia que trilhemos um caminho de um sindicato que olhe não só para as questões corporativas de uma categoria”, afirmou emocionado o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.