Funcef: reduzir meta atuarial é cortar direitos

Embora a mudança seja tratada como uma decisão meramente técnica dentro da instituição, na prática alivia os custos para a patrocinadora Caixa e transfere o ônus do ajuste para os trabalhadores.

Por Júlia Portela

A Funcef atualizou a meta atuarial, base extremamente importante para o cálculo dos benefícios pagos aos participantes. Quando isto acontece, os beneficiários são diretamente impactados. Embora a mudança seja tratada como uma decisão meramente técnica dentro da instituição, na prática alivia os custos para a patrocinadora Caixa e transfere o ônus do ajuste para os trabalhadores.

 

Políticas ultraliberais têm grande influência nessas decisões, impondo à Funcef a lógica do mercado financeiro, que prioriza a estabilidade contábil dos patrocinadores, em detrimento da proteção dos participantes.

 

A redução da meta de 5,5% para 4,5% expõe a fragilização dos direitos historicamente conquistados pelos empregados da Caixa. Os planos, especialmente o REG/Replan Saldado, já enfrentam uma sobrecarga com contribuições extraordinárias e agora veem seus benefícios corroídos por essa mudança.

 

É direito dos participantes compreender as premissas que afetam a aposentadoria. A informação precisa ser clara, acessível e democrática, pois impacta diretamente no bolso de cada um. A Funcef tem de estar a serviço dos trabalhadores e não do mercado.