Bancos apresentam dados de diversidade
Os números até sugerem avanços, mas a realidade é que práticas efetivas ainda caminham lentamente. Protocolos contra racismo e LGBTfobia seguem sem sair do papel, e temas sensíveis como a violência no ambiente de trabalho são empurrados para depois.
Por Julia Portela
Apesar do discurso de inclusão, os bancos em atividade no Brasil estão longe de garantir ambientes diversos e acolhedores. A mesa de negociação sobre Diversidade, Inclusão e Pertencimento, na última sexta-feira (30/05), deixou evidente que muitas conquistas dos trabalhadores seguem no papel.
Segundo os dados, 18.528 pessoas com deficiência atuam hoje no setor, o que representa 4,28% do total de bancários. Sobre a população LGBTQIA+, 97% das empresas reconhecem uniões homoafetivas estáveis e 71% orientam a inclusão de cônjuges no plano de saúde. Hoje, 3.257 dependentes estão cobertos. No caso de pessoas trans, a pesquisa identificou 233 trabalhadores no setor.
Os números até sugerem avanços, mas a realidade é que práticas efetivas ainda caminham lentamente. Protocolos contra racismo e LGBTfobia seguem sem sair do papel, e temas sensíveis como a violência no ambiente de trabalho são empurrados para depois.
Falta compromisso prático. O sistema financeiro brasileiro, um dos mais lucrativos do mundo, precisa fazer mais do que apenas cumprir o mínimo. É hora de tirar a diversidade do papel e colocá-la na prática.