Descontos indevidos comprometem até 25% dos benefícios de aposentados

As companhias alegam que os contratos são realizados de forma presencial ou através de ligação telefônica gravada, no entanto é comum que os documentos entregues na averiguação não tenham assinatura do contratante.

Por Itana Oliveira

Aposentados e pensionistas ainda são o principal alvo de descontos indevidos ao receber benefícios, como no caso de seguradoras, fintechs e clubes de vantagens, que acumulam mais de 54 mil ações judiciais, atualmente. As companhias alegam que os contratos são realizados de forma presencial ou através de ligação telefônica gravada, no entanto é comum que os documentos entregues na averiguação não tenham assinatura do contratante.

 


O levantamento, que não deve ser confundido com o recente escândalo do INSS, pois são utilizadas instituições bancárias como intermediárias dos descontos, foi realizado pelo UOL e apontou que, em determinados casos, o abatimento pode chegar até 25% do valor total recebido, com cobranças que acontecem mais de uma vez por mês, pela mesma empresa. Os descontos variam entre R$ 30,00 e R$ 60,00.

 


A suspeita nas investigações é fomentada pela repetição dos mesmos escritórios de advocacia em diferentes contratos, além da utilização de documentos com formatação idêntica entre as arrecadadoras, supostamente distintas. Além disto, uma das empresas citadas dobrou os números das receitas em mais de 1000% entre 2021 e 2024 (de R$ 13 milhões para R$ 144 milhões).

 


Especialistas apontam parcela de responsabilidade das instituições bancárias, que deveriam acusar descontos suspeitos, como no caso de uma aposentada, no interior de São Paulo, que registrou quatro descontos em apenas um mês, totalizando R$ 247,00. 

 


A maior parte dos bancos brasileiros não dispõe de extratos bancários físicos, apenas no formato digital, este fator facilita a fraude, visto que boa parte dos aposentados não possui habilidade para utilizar as plataformas bancárias on-line.