Soberania para cumprir a lei
O STF tem posição de só prender Bolsonaro após o processo estar transitado em julgado, mas há muito tempo que ele, por insistir em atitudes golpistas e de obstrução da Justiça, já poderia ter sido decretada a prisão preventiva.
Por Rogaciano Medeiros
De forma altiva e soberana, o Brasil deu mais uma resposta à altura às ameaças de Trump de sobretaxar os produtos brasileiros em 50%, se o país não anulasse o processo contra Bolsonaro por conspiração para golpe de Estado, uma violação inaceitável às leis nacionais.
Como havia fortes indícios de fuga do ex-presidente, em vias de condenação e prisão, através de asilo na embaixada dos Estados Unidos, o STF adotou novas medidas cautelares que incluem uso de tornozeleira eletrônica, monitoramento 24 horas por dia e obrigação de permanecer em casa entre as 19h e 7h.
Bolsonaro também foi alvo de busca e apreensão na residência de Brasília e no escritório que tem no PL, está proibido de se comunicar com o filho Eduardo, licenciado como deputado federal e vivendo nos Estados Unidos, com embaixadores e diplomatas, além de se aproximar de embaixadas.
O STF tem posição de só prender Bolsonaro após o processo estar transitado em julgado, mas há muito tempo que ele, por insistir em atitudes golpistas e de obstrução da Justiça, já poderia ter sido decretada a prisão preventiva. Motivos não faltam.
O apoio do ex-presidente, dos filhos, da mulher Michele, do governador paulista Tarcísio de Freitas, do pastor Silas Malafaia e parlamentares bolsonaristas as ameaças de Trump ao Brasil configura crime de alta traição.