Evasão escolar e o assalto dos sonhos
O avanço das tecnologias, o boom dos influenciadores digitais e a falsa promessa de que o sucesso individual independe de direitos sociais colabora para consolidar uma cultura que desvaloriza a escola, sobretudo entre os jovens das camadas mais vulneráveis. Essa desconexão é parte de um projeto de desmonte da educação pública, que interessa à elite econômica e à lógica neoliberal de precarização da juventude trabalhadora.
Por Julia Portela
Concluir o ensino médio ainda é um privilégio no Brasil e não deveria ser. Um em cada três jovens abandona a escola antes do fim da etapa básica de formação. O número médio, por si só alarmante, esconde um recorte ainda mais perverso: a evasão escolar tem cor, classe e território.
O avanço das tecnologias, o boom dos influenciadores digitais e a falsa promessa de que o sucesso individual independe de direitos sociais colabora para consolidar uma cultura que desvaloriza a escola, sobretudo entre os jovens das camadas mais vulneráveis. Essa desconexão é parte de um projeto de desmonte da educação pública, que interessa à elite econômica e à lógica neoliberal de precarização da juventude trabalhadora.
O combate à evasão exige políticas públicas sérias, articuladas e que tratem a juventude como prioridade e não como estatística. Não há solução mágica. Mas há um norte: investir em educação pública, gratuita e de qualidade, com inclusão e equidade como pilares.