Mais força para ampliação da licença paternidade
A proposta visa garantir que os pais tenham condições de compartilhar os cuidados com o bebê desde os primeiros dias, dividindo responsabilidades com as mães, apoiando o aleitamento materno.
Por Rose Lima
A licença paternidade no Brasil continua sendo de apenas cinco dias, um período que mal dá tempo de sair do hospital, ajustar a rotina e começar a entender a nova dinâmica familiar. E é justamente contra essa realidade que a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) resolveu se posicionar.
Em nota, a entidade fez um apelo direto aos parlamentares pela ampliação do direito para, no mínimo, quatro semanas, ou seja, 30 dias. Os projetos de lei que tratam do tema já existem, mas estão parados no Congresso há anos.
A proposta visa garantir que os pais tenham condições de compartilhar os cuidados com o bebê desde os primeiros dias, dividindo responsabilidades com as mães, apoiando o aleitamento materno, fortalecendo vínculos afetivos e contribuindo ativamente com o desenvolvimento físico e emocional da criança.
A SBP agora integra a Coalizão Licença Paternidade, que reúne especialistas, organizações da sociedade civil e entidades científicas. O grupo defende licença de 30 a 60 dias, até 12 vezes mais do que o prazo atual. “Garantir o início da vida com presença, afeto e suporte é uma responsabilidade compartilhada”, destaca a nota.
Parentalidade ativa
A parentalidade ativa precisa deixar de ser exceção para virar regra. Cuidar de um bebê recém-nascido é uma missão para dois. E isso envolve tempo, afeto, paciência e presença. A sobrecarga mental e física que ainda recai sobre as mulheres não é sustentável.
Diversos países já adotaram modelos de licença parental compartilhada, que permitem uma divisão mais equilibrada do tempo de cuidado entre mães e pais. E o resultado é família mais saudável, criança segura e relações equilibradas.