Cansados de tudo, brasileiro redefine o tempo

No Brasil, a hiperconectividade e a produtividade custe o que custar têm levado as pessoas à exaustão. Com o aumento dos diagnósticos envolvendo problemas de saúde mental, os brasileiros começam a redesenhar comportamentos, relações e prioridades, além de reavaliar o valor do tempo. 

Por Ana Beatriz Leal

No Brasil, a hiperconectividade e a produtividade custe o que custar têm levado as pessoas à exaustão. Com o aumento dos diagnósticos envolvendo problemas de saúde mental, os brasileiros começam a redesenhar comportamentos, relações e prioridades, além de reavaliar o valor do tempo. 
 

Dados do estudo “O Tempo das Coisas”, realizado pela consultoria BALT, mostram que de janeiro a março deste ano, 72% sentem que o tempo corre rápido demais para dar conta de tudo. 
 

Se afastar da avalanche de informações pode ser uma saída. Muitos entrevistados (64%) têm saído das redes sociais, evitado lugares cheios (58%), reduzido compras por impulso (55%) e buscado momentos de silêncio e isolamento (47%). 
 

Se antes estar ocupado podia até ser sinal de prestígio, hoje o novo luxo é ter tempo. Mais vale ter autonomia sobre a própria agenda e encontrar sentido no que faz do que tentar fazer tudo e adoecer. 
 

Apesar de a necessidade de pausa, silêncio e reorganização serem claras, muitas empresas ainda insistem em práticas ultrapassadas como microgerenciamento, excesso de reuniões e metas inalcançáveis, empecilhos para o trabalhador que quer priorizar a saúde mental e a qualidade de vida. 
 

As empresas querem resultados à base de exploração. Já os empregados valorizam cada vez mais as pausas, os benefícios focados no bem-estar emocional e rejeitam a cultura da urgência. Mensagem no Whatsapp e e-mails foram do expediente, nem pensar.