Mais médico é força nacional

Criado em 2013 para levar atendimento médico a regiões abandonadas e de difícil acesso, o Mais Médicos se tornou um marco do SUS (Sistema Único de Saúde) e referência mundial em atenção primária. Do sertão nordestino às aldeias indígenas, garantiu acesso à saúde para milhões, formou profissionais, fortaleceu vínculos comunitários e reduziu internações desnecessárias. Inúmeros países já tentaram reproduzir esta política, que alia baixo custo e alto impacto social.

Por Camilly Oliveira

Criado em 2013 para levar atendimento médico a regiões abandonadas e de difícil acesso, o Mais Médicos se tornou um marco do SUS (Sistema Único de Saúde) e referência mundial em atenção primária. Do sertão nordestino às aldeias indígenas, garantiu acesso à saúde para milhões, formou profissionais, fortaleceu vínculos comunitários e reduziu internações desnecessárias. Inúmeros países já tentaram reproduzir esta política, que alia baixo custo e alto impacto social.

 


A ofensiva dos Estados Unidos contra o programa, sob a alegação de “trabalho forçado” por médicos cubanos, expõe o incômodo de Washington com qualquer iniciativa que escape do receituário neoliberal. Ao direcionar os ataques aos criadores do programa, Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador geral da COP30.

 


A política da Casa Branca se ampara no bloqueio e perseguição a Cuba,  ignorando, estupidamente, que o Mais Médicos tem levado assistência a 58 países, em áreas onde o capital não chega, atuaram em 58 países.

 


Os ataques não miram apenas nos profissionais, mas a própria concepção de saúde pública como direito e dever do Estado. Ao rotular cooperação internacional como “esquema”, Trump reforça a lógica de que saúde é mercadoria, não bem comum. No entanto, 87% da população brasileira já aprovaram o Mais Médicos, conforme pesquisa Datafolha, e os números recentes confirmam a força da política: 28 mil profissionais em 4.547 municípios, beneficiando 73 milhões de pessoas. 

 


Enquanto governos de extrema-direita tentam criminalizar a solidariedade, o Brasil mostra ser possível construir um sistema universal, gratuito e eficiente. O Mais Médicos é prova de que, quando a prioridade é a vida, não há bloqueio que impeça o atendimento, nem sanção capaz de apagar a potência do SUS.