PNAE é trincheira contra fome
Em um país onde ainda há crianças que chegam à escola sem ter o que comer em casa, a merenda escolar deixa de ser apenas um complemento, torna-se um ato de resistência e sobrevivência.
Por Julia Portela
O reconhecimento veio em julho, quando o Fórum Mundial de Alimentação das Nações Unidas destacou o PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar) como uma das principais ferramentas que contribuíram para tirar o Brasil do Mapa da Fome. Em um país onde ainda há crianças que chegam à escola sem ter o que comer em casa, a merenda escolar deixa de ser apenas um complemento, torna-se um ato de resistência e sobrevivência.
A redemocratização permitiu ao Brasil construir políticas públicas fundamentais, como o SUS, a alimentação escolar e programas sociais que garantem direitos básicos. Tais avanços não são frutos do acaso, mas resultado direto de governo comprometido com a soberania alimentar, com a dignidade humana e com a centralidade do Estado na promoção do bem-estar da população. Em tempos de avanço do autoritarismo e do ultraliberalismo, é urgente defender essas conquistas.
O PNAE também valoriza a cultura alimentar brasileira, respeitando hábitos regionais e fortalecendo a agricultura familiar. Comer bem não é repetir padrões importados, mas preservar tradições. Em vez de alimentos industrializados congelados, as escolas oferecem pratos como açaí com farinha, mungunzá, arroz com feijão ou pescado, conforme a realidade de cada território. É política pública pensada para o povo, feita com o povo e a partir do que é produzido no país.
Sob a atual gestão federal, o Brasil retoma o caminho da soberania alimentar e da valorização da alimentação como um direito, não como mercadoria. O PNAE é um exemplo de que só com um Estado forte, democrático e comprometido com os interesses da maioria é possível garantir que nenhuma criança vá para a sala de aula com fome.