Bolsa Atleta. O Brasil no topo
A conquista inédita brasileira do título mundial de atletismo paralímpico na Índia é o retrato de um país que voltou a acreditar no esporte como instrumento de transformação social. Com 50 atletas, todos contemplados pelo Bolsa Atleta, o país alcançou 44 medalhas, 15 de ouro.
Por Camilly Oliveira
A conquista inédita brasileira do título mundial de atletismo paralímpico na Índia é o retrato de um país que voltou a acreditar no esporte como instrumento de transformação social. Com 50 atletas, todos contemplados pelo Bolsa Atleta, o país alcançou 44 medalhas, 15 de ouro.
Pela primeira vez, superou a China, potência histórica da modalidade. Por trás dos números está a política pública que permitiu o salto: o fortalecimento do programa, esvaziado durante o governo Bolsonaro, e hoje, sob Lula, voltou a ser sinônimo de investimento em gente, talento e dignidade.
Criado em 2005, o Bolsa Atleta foi responsável por garantir condições de treinamento e subsistência a esportistas de diferentes origens e classes. Em 2024, o Ministério do Esporte anunciou o reajuste dos valores, ampliou o número de beneficiados e assegurou que atletas paralímpicos representassem mais de mil bolsas ativas no país, segundo dados do próprio governo.
O resultado foi imediato: mais inclusão, diversidade regional e o fortalecimento da base esportiva. Cada medalha conquistada em Nova Déli é também um gesto de resistência contra os cortes e o descaso que quase apagaram o sonho de centenas de atletas durante os anos de desmonte.
A vitória brasileira é, antes de tudo, política. O esporte acessível e público é um ato de democracia, porque rompe o ciclo de desigualdade que impede corpos periféricos e pessoas com deficiência de ocuparem o pódio. Quando o Estado investe, o país cresce, e o sucesso do atletismo paralímpico prova que nenhuma nação se ergue negando oportunidades.