Itaú: o silêncio da covardia
As demissões foram feitas de forma arbitrária e sem qualquer diálogo prévio com as entidades sindicais, uma prática abusiva que atenta contra o princípio da negociação coletiva e a dignidade do trabalhador.
Por Julia Portela
A segunda audiência de mediação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, realizada na sexta-feira, escancarou mais uma vez a postura intransigente do Itaú diante da demissão em massa de mais de mil bancários, ocorrida no dia 8 de setembro. A reunião terminou sem qualquer avanço ou proposta concreta por parte do banco, que continua desrespeitando os direitos trabalhistas e ignorando os impactos sociais da medida.
Desde a primeira audiência, em 1º de outubro, o Itaú tem se recusado a dialogar de forma séria com os sindicatos que representam os trabalhadores atingidos. O banco, que lucrou R$ 22,6 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, ignora a responsabilidade social que deveria ter enquanto uma das maiores instituições financeiras do país.
As demissões foram feitas de forma arbitrária e sem qualquer diálogo prévio com as entidades sindicais, uma prática abusiva que atenta contra o princípio da negociação coletiva e a dignidade do trabalhador.
A gravidade da situação exige que cada caso seja analisado individualmente, com reintegração dos trabalhadores injustamente demitidos e reparação imediata dos danos causados. A tentativa de “normalizar” demissões em massa sem negociação e o silêncio do Itaú mais uma face da prática patronal que trata pessoas como descartáveis em nome do lucro.