COP30: sem o povo, não há justiça climática
De acordo com levantamento da agência Ponto MAP, sete em cada dez brasileiros não sabem do que se trata a Conferência ou nunca ouviram falar sobre ela.
Por Julia Portela
A COP30 teve início nesta segunda-feira(10/11), em Belém (PA), reunindo representantes de 193 países e cinco territórios para discutir o futuro do planeta. No entanto, a distância entre o evento e a população brasileira revela um abismo preocupante. De acordo com levantamento da agência Ponto MAP, sete em cada dez brasileiros não sabem do que se trata a Conferência ou nunca ouviram falar sobre ela.
Os dados mostram que 73% dos entrevistados desconhecem a COP, embora 86% afirmem considerar o meio ambiente uma prioridade. O contraste entre o discurso e a prática expõe a falta de políticas públicas efetivas de educação ambiental e de comunicação popular sobre o tema, lacunas que mantêm a pauta climática restrita a elites políticas, acadêmicas e empresariais.
O estudo aponta ainda que a geração Z, nascida entre 1997 e 2010, é a mais distante do debate: 53% não sabem o que é a COP30 e 61% desconhecem o local onde será realizada. Esse dado reforça a urgência de aproximar a juventude das discussões ambientais, com uma linguagem acessível e um olhar voltado à transformação social, e não apenas ao lucro verde defendido pelos grandes grupos econômicos. Mesmo com o desconhecimento, 56% dos entrevistados reconhecem que as mudanças climáticas já impactam sua rotina, e 40% afirmam que elas afetam o bem-estar.
Enquanto o debate ambiental seguir preso a conferências técnicas e distantes da realidade popular, as soluções continuarão servindo aos interesses do mercado, e não às necessidades do povo. Democratizar o debate climático é urgente, porque sem participação social, não há justiça ambiental possível.
