Sindicalização ganha força

O crescimento interrompe a sequência de redução do contingente sindicalizado pela primeira vez desde 2012. Com os novos números, o percentual de trabalhadores sindicalizados chega a 8,9%, o equivalente a 9,1 milhões de associados. Mas, nem sempre foi assim.

Por Itana Oliveira

A sindicalização, alvo do projeto ultraliberal no Brasil em um passado recente, segue como representação da luta do trabalhador por dignidade profissional e reconhecimento da força de trabalho. Em 2024, o país ganhou 812 mil novos sindicalizados, com avanço de 9,8% em relação a 2023, quando eram 8,3 milhões.

 

O crescimento interrompe a sequência de redução do contingente sindicalizado pela primeira vez desde 2012. Com os novos números, o percentual de trabalhadores sindicalizados chega a 8,9%, o equivalente a 9,1 milhões de associados. Mas, nem sempre foi assim.

 

Houve uma forte redução após a reforma trabalhista sancionada pelo governo Temer. De 2012 a 2017, quando a lei trabalhista entrou em vigor, a queda foi de 1,9 ponto percentual. De 2018 a 2024, chegou a quatro pontos.

 

A queda no número de associados pode ser relacionada ao crescimento da extrema direita no Brasil, que ilude o trabalhador com promessas meritocráticas e incentiva a ideia de que o patrão é amigo, sem necessidade de defesa pelos sindicatos.

 

Quanto ao gênero, a diferença diminuiu. Em 2012, mulheres representavam 38,7% e homens 61,3%. Em 2024, elas passaram a responder por 42,4% do total. Entre as três categorias com mais sindicalizados, observa-se que administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais concentram a maior parcela, com 15,5%. Em seguida vêm a agropecuária, com 14,8%, e a indústria geral, com 11,4%.

 

A análise, realizada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), foi feita entre os anos de 2012 e 2024, com exceção de 2020 e 2021, quando a pandemia da Covid-19 impediu a coleta.