Concentração de renda é um problema grave

O Brasil ocupa a primeira posição no ranking de concentração de renda. Quase metade da riqueza do país (48,4%) está nas mãos de apenas 1% da população, enquanto mais da metade (58,7%) convive com a insegurança alimentar

O Brasil ainda ocupa a primeira posição no ranking de concentração de renda. Quase metade da riqueza do país (48,4%) está nas mãos de apenas 1% da população, enquanto mais da metade (58,7%) da população convive com a insegurança alimentar em algum grau, seja leve, moderado ou grave. 


Ao analisar o patrimônio familiar de 5,4 bilhões de pessoas em todo o mundo, o relatório Global Wealth Report 2023 do banco suíço UBS, constatou leve queda da desigualdade em 2022. Em todo mundo, o número de milionários caiu 3,5 milhões em 2022, para 59,4 milhões. 


Mas, no Brasil do governo Bolsonaro, o caminho foi inverso, com aumento no número de pobres e elevação dos ricos. Enquanto 120 mil pessoas ampliaram a riqueza, 62,5 milhões estavam na pobreza. Dessas, 17,9 milhões eram extremamente pobres. 


Os dados reforçam a necessidade de tributar, urgentemente, os super-ricos para combater as desigualdades, já que essa parcela da população é praticamente livre de impostos. 


Justiça tributária
A Medida Provisória assinada recentemente pelo presidente Lula que prevê a cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos (em que há um único cotista), conhecido como fundos dos “super-ricos”, é um grande passo no combate às desigualdades. Além do projeto enviado ao Congresso Nacional que tributa os investimentos de brasileiros no exterior – os chamados fundos offshore.